30 de janeiro de 2014

Somos ótimos atores.

        Eu finjo que não vejo. Você finge que não sente. Eu finjo que estou bem. Você finge que não lembra. Eu finjo que não houve nada. Você finge que é esse o destino. Eu finjo não saber também, e você finge não me conhecer bem. Belo teatro esse nosso. Somos ótimos atores. Poderíamos nos apresentar mais vezes, só que em cenas conjuntas. 
    Qual será a próxima peça que iremos apresentar? O que mais iremos fingir? Fugir? Rugir? Rir? Não estamos sendo nós mesmos, em nenhuma ocasião. Sabemos disso, mas procuramos ficar neutros, mesmo nossa relação sendo ácida. Sabemos também, que nossos olhos produzem códigos que mesmo quando nossas bocas estão fechadas, conseguimos descrever a alma de cada um. E tem coisa mais forte que isso? Ou devemos fugir e fingir que não é nada?
    Shhh, mais um teatro vai começar, qual peça será que iremos apresentar? Sentimos falta, não conseguimos esquecer de nossas cenas e falas ditas, mas porque será que nada dá certo? Falta de atitude da personagem principal não é, mas o vilão Sr. Razão não se contenta e gosta de deixar os sonhos em vão. SHHH! Vai começar! Qual peça devemos apresentar? A química e a sedução nunca ficam fora do palco. Podemos mudar o final se quisermos, mas para isso temos que deixar a história acontecer. Nada podemos prever, mas conhecemos vários roteiros, e sabemos que podemos nossa história improvisar.
    Shhh... Ei, qual peça iremos dessa vez apresentar? 

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